sábado, 30 de janeiro de 2016

Texto 30- Relações Desarmônicas


Nem sempre as relações são harmônicas. Chamamos de relações desarmônicas todas as formas de relacionamento entre os seres vivos em que um deles leva vantagem em detrimento do outro, que sofre danos. Elas também podem ser Intra-específicas e Interespecíficas.

As relações desarmônicas interespecíficas são a competição interespecífica .

As relações desarmônicas intraespecíficas são o canibalismo, predatismo, competição intraespecífica.

Relações Desarmônicas Interespecíficas

Predatismo
relação ecológica em que os animais de uma espécie (predadora) comem animais de outra espécie (presa). Ex.: animais carnívoros são predadores de herbívoros.



Parasitismo
relação ecológica na qual uma das espécies (parasita) vive à custa de outra (hospedeiro), que sofre prejuízo com a associação. Há espécies ectoparasitas (vivem externamente ao corpo do hospedeiro) e endoparasitas (vivem dentro do corpo do hospedeiro). Exemplo de ectoparasitas: piolhos. Exemplo de endoparasitas: vermes que parasitam o homem ou outras espécies.




Competição interespecífica
Relação ecológica em que há disputa por um ou mais recursos do meio(alimentos, água, espaço, etc.). É uma relação entre seres de espécies diferentes. Exemplo: cavalo e boi - vivem em um campo alimentando-se de capim; rivalizam-se por recursos alimentares.


Relações Desarmônicas Intraespecíficas

Competição intraespecífica
relação ecológica em que há disputa por um ou mais recursos do meio (alimento, água, espaço, etc.). É uma relação entre seres de mesma espécie. Exemplos: pássaros que usam o mesmo de local para fazer seus ninhos são rivais pelo mesmo aspecto reprodutivo.

Canibalismo
Canibalismo: forma de relação variante do predatismo, com a peculiaridade de ser intraespecífica, uma vez que o indivíduo mata e devora outro da sua própria espécie. Ex.: escorpiões, aranhas, etc. Na espécie humana, quando ocorre, denomina-se antropofagia.



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Texto 29-Relações Harmônicas

As relações harmônicas se estabelecem quando nenhuma das espécies participantes do processo sofre qualquer tipo de dano ou prejuízo na relação.

As relações harmônicas intraespecíficas são a colônia e a sociedade.

E as relações harmônicas interespecificas são a protocooperação, mutualismo, comensalismo e inquilinismo.

Relações Harmônicas Intraespecífica

Colônia
Conjunto altamente integrado e funcional formado pela associação de seres de mesma espécie. Ex.: corais.

Sociedade
Associação de seres de mesma espécie na qual há algum grau de cooperação entre os indivíduos. Ex.: sociedade humana e das abelhas.



Relações Harmônicas Interespecíficas

Protocooperção
Relação  ecológica não-obrigatória na qual há vantagens recíprocas para as partes que se relacionam. Exemplo: pássaro alimentando-se de carrapatos que estão no dorso do boi,  paguro (peixe) e Anêmona-do-Mar.




Mutualismo
Relação ecológica obrigatória na qual há vantagens recíprocas para as espécies que se relacionam. Essa associação é permanente e indispensável à sobrevivência das partes, nisso diferindo da protocooperação. Exemplo: líquens (associação de algas e fungos) e leguminosas com bactérias fixadoras de nitrogênio.



Comensalismo
Relação ecológica em que apenas uma das partes obtém benefícios, sem prejuízo da outra parte. É geralmente empregado para associações de espécies animais, sendo equivalente ao inquilinismo. Exemplo: rêmora (peixe-piloto) e tubarão; hienas e leões.




Inquilinismo
Inquilinismo: relação ecológica em que apenas uma das partes obtém benefícios, sem prejuízo da outra parte. Ex.: Epífitas - nome dado às plantas que se desenvolvem sobre outra planta sem parasitá-la. São plantas que crescem sobre plantas hospedeiras.



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Texto 28- Relações entre os seres vivos

Em um ecossistema, os seres vivos relacionam-se com o ambiente físico e também entre si, formando o que chamamos de relações ecológicas.

As relações ecológicas ocorrem dentro da mesma população (isto é, entre indivíduos da mesma espécie), ou entre populações diferentes (entre indivíduos de espécies diferentes). Essas relações estabelecem-se na busca por alimento, água, espaço, abrigo, luz ou parceiros para reprodução.



As relações que os seres vivos estabelecem  podem ser entre seres da mesma espécie - neste caso são chamadas de relações intraespecíficas ,  ou entre espécies diferentes , neste caso  chamadas de relações interespecíficas.

Ainda dentre essas relações existem as harmônicas, isto é, quando o relacionamento se dá de forma que nenhuma das espécies participantes do processo sofra qualquer tipo de dano ou prejuízo; e as desarmônicas, quando um dos organismos é prejudicado pelo outro.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Texto 27-Sucessão ecológica


A sucessão ecológica  pode ser definida como um gradual processo no qual as comunidade vão se alterando até se estabelecer um equilíbrio. As fases distintas da sucessão ecológica são: comunidade pioneira, comunidade intermediária e comunidade clímax.



- Comunidade pioneira: Em um terreno abandonado, a remoção da cobertura vegetal, expõe o solo a ação da erosão, vento, sol/chuva tornando-o cada vez mais estéril. Porém na natureza existem organismos menos exigentes (cianobactérias e liquens), esses são talvez os primeiros organismos a se estabelecerem em uma área como essa descrita é também um exemplo de comunidade pioneira. As condições ambientais adversas são um fator determinante para esse tipo de comunidade apresentar uma baixa variedade de espécies.

- Comunidade intermediária: Após o desenvolvimento da comunidade pioneira, o ambiente vai se transformado favoravelmente ao desenvolvimento de outros organismos. A cobertura vegetal uma vez estabelecida protege o solo tornando-o mais fértil. Considerando nosso exemplo já citado anteriormente após o estabelecimento das gramíneas no solo, surgem ervas diversas que aos poucos serão substituídas por uma vegetação provavelmente arbustiva.

- Comunidade clímax: A comunidade arbustiva gradualmente será substituída por uma vegetação arbórea (mais estável). A medida que a comunidade vegetal vai se alterando, a comunidade animal também se altera, por exemplo, passando a abrigar pássaros nas árvores. Assim é consolidada a última comunidade que é mais estável, a partir de uma forte interação entre os animais e vegetais.


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Texto 26- Pirâmides ecológicas


É possível representar os níveis tróficos de um ecossistema por meio de retângulos superpostos, que formam uma pirâmide ecológica (os decompositores não são incluídos nas pirâmides). Há três tipos de pirâmides:
- Pirâmide de número.
- Pirâmide de biomassa.
- Pirâmide de energia.
Pirâmide de números: Representa a quantidade de indivíduos em cada nível trófico da cadeia alimentar proporcionalmente à quantidade necessária para a dieta de cada um desses.



Pirâmide de massa:  Pode-se também pensar em pirâmide de biomassa, em que é computada a massa corpórea (biomassa) e não o número de cada nível trófico da cadeia alimentar. O resultado será similar ao encontrado na pirâmide de números: os produtores terão a maior biomassa e constituem a base da pirâmide, decrescendo a biomassa nos níveis superiores.


Pirâmide de energia: É a representação gráfica da transferência de energia nos ecossistemas. em que a área representativa de cada nível trófico é proporcional à quantidade de energia disponível.







segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Texto 25- Fluxo de matéria e energia


A energia luminosa do Sol é transformada em energia química e armazenada nos compostos orgânicos produzidos pela fotossíntese. Boa parte desses compostos é consumida na respiração da planta e eliminada na forma de gás carbônico, água e outras substâncias minerais.

Desse modo, a planta consegue a energia para seu metabolismo. Parte dessa energia sai da planta na forma de calor. O restante da matéria orgânica passa a fazer parte do corpo do orgnismo (raízes, caules e folhas, no caso dos vegetais superiores).




A parte da matéria orgânica e da energia que fica retida nos autotróficos compõe o alimento disponível para os consumidores. Uma parte das substâncias ingeridas por um animal é eliminada nas fezes e na urina. Outra é oxidada na respiração para a produção da energia necessária às atividades do organismo. Esses processos se repetem em todos os níveis da cadeia alimentar.

Em média, apenas 10% da energia de um nível trófico passa para o seguinte. Por isso uma cadeia alimentar dificilmente tem mais de cinco níveis, pois a quantidade cada vez menor de matéria e e de energia disponíveis ao longo da cadeia permite sustentar uma quantidade cada vez menor de consumidores.

Como vimos, os resíduos voltam para a cadeia pela ação dos decompositores e da fotossíntese. Assim, a matéria de um ecossistema nunca se esgota. No entanto, parte da energia é transformada em trabalho celular ou sai do corpo do organismo na forma de calor.



domingo, 24 de janeiro de 2016

Texto 24-Cadeia alimentar

Cadeia alimentar


Cadeia alimentar é a sequência unidirecional de matéria e energia trocada entre os seres vivos através da alimentação. Desta forma, os organismos vivos dependem uns dos outros para sobreviver nos diferentes ecossistemas.
A energia e os nutrientes utilizados por todos os seres, através da cadeia alimentar, vai se perdendo no momento de cada transferência, na forma de calor que não é reaproveitável.

Elementos da cadeia alimentar: níveis tróficos

A cadeia alimentar é composta por três principais grupos de seres vivos: os produtores, os consumidores e os decompositores. Cada etapa da cadeia alimentar é chamada de nível trófico. 
Cada um deles representa um nível trófico do fluxo de energia transmitido através da alimentação. O primeiro nível trófico é formado pelos produtores e o último são os decompositores.
Produtores

Este é o primeiro nível trófico da cadeia alimentar. Os produtores são aqueles que produzem o seu próprio alimento (autótrofos), seja através da fotossíntese ou quimiossíntese.
As plantas e os plânctons são os principais exemplos de organismos produtores, pois utilizam os nutrientes do solo e da luz solar para obter energia de modo autossuficiente.
Os organismos produtores serão sempre a base da cadeia alimentar e os seres com maior quantidade de energia.
Consumidores
São todos os seres vivos que precisam se alimentar de outro para obter energia e nutrientes (heterótrofos).
Dentro do grupo dos consumidores existem diferentes classificações:
·         Consumidores Primários: são todos os organismos que se alimentam diretamente dos Produtores. Neste caso, costumam ser animais herbívoros ou onívoros, pois consomem plantas. Exemplos: coelho e vaca.
·          
·         Consumidores Secundários: são os seres vivos que se alimentam dos consumidores primários. São carnívoros ou onívoros. Exemplo: ser humano e gato.
·          
·         Consumidores Terciários: são os organismos que consomem os secundários. Também podem ser carnívoros ou onívoros. Exemplo: leão e tubarão.
·          
Os níveis tróficos podem continuar sucessivamente, mas como a energia é perdida a cada nova transmissão, não costumam existir muitas etapas de consumo numa cadeia alimentar.

Decompositores
Por fim, na última fase trófica da cadeia alimentar, estão os decompositores. Estes são seres que decompõe a matéria orgânica morta, retiram os nutrientes que necessitam para sobreviver, e devolvem ao meio ambiente aquilo que é necessário para recomeçar o ciclo.
Mesmo pertencendo ao último nível trófico da cadeia alimentar, os decompositores estão presentes em todos os outros níveis. Por exemplo, quando um animal que seja consumidor primário morre, os organismos decompositores agem na decomposição da matéria orgânica deste. O mesmo ocorre se morrer um secundário ou terciário.
As bactérias e os fungos são alguns exemplos de organismos decompositores presentes na maioria dos ecossistemas.

Exemplos de cadeias alimentares

As cadeias alimentares são representadas de acordo com o ecossistema. Neste caso, os principais tipos são:
Cadeia alimentar aquática


Nos ecossistemas aquáticos os principais produtores são os filoplânctons, que são um conjunto de algas unicelulares e microscópicas que fazem fotossíntese.
Como consumidores primários estão os zooplânctons (protozoários, vermes, crustáceos, etc), organismos que se alimentam dos filoplânctons ou de alguns tipos de bactérias.
Os zooplânctons, por sua vez, servem de alimento para os peixes e, assim, sucessivamente.
 Cadeia alimentar terrestre

Conforme a imagem exemplifica, na cadeia alimentar terrestre temos as plantas como produtores que, por sua vez, servem de alimento para os consumidores primários (herbívoros ou onívoros), representados pelo gafanhoto.
Os decompositores (fungos e bactérias) aparecem no fim do ciclo, mas podem agir em qualquer nível trófico, a partir da decomposição da matéria orgânica morta. Esta é uma atividade fundamental para garantir o equilíbrio do ecossistema e do ciclo da vida.
Cadeia alimentar humana



ser humano é onívoro, ou seja, se alimenta tanto de plantas como de carnes. Neste caso, pode ser classificado como um consumidor primário, secundário ou terciário, de acordo com o alimento que consome.
Por exemplo, o homem é um consumidor secundário quando come carne de vaca, uma vez que este animal, quando vivo, se alimentava de capim, ou seja, agia como um consumidor primário.
Cadeia alimentar e teia alimentar

A diferença entre ambas está no fato da cadeia alimentar ser uma sequência linear e unidirecional que indica qual ser vivo serve de alimento para outro.
Já a teia alimentar é o conjunto de várias cadeias alimentares, apresentando de modo mais complexo a realidade das relações de alimentação existentes nos ecossistemas.



A teia alimentar é representada graficamente com um grande número de seres vivos, revelando um conjunto de cadeias alimentares com setas que indicam quem consome quem. As setas desse conjunto de cadeias alimentares fazem com que haja a semelhança com uma teia de aranha, e por isso surgiu a designação "teia alimentar".
Assim, na teia alimentar vemos que um mesmo organismo pode estar presente em diferentes níveis tróficos, seja como consumidor primário, como também secundário ou terciário. Desta forma, é possível acompanhar todos os diferentes caminhos que a energia pode passar pelo ecossistema.


sábado, 23 de janeiro de 2016

Texto 23- Habitat e nicho ecológico


Para a Ecologia, o lugar em que uma espécie é encontrada (seu “endereço” na comunidade) chama-se HABITAT.

O conjunto de relações que a espécie mantém com as outras espécies e com o ambiente físico recebe o nome de NICHO ECOLÓGICO ou simplesmente, NICHO. Desse modo, para descobrir o nicho de uma espécie, precisamos saber do que ela se alimenta, onde e em que hora do dia obtém esse alimento, onde se reproduz e se abriga, etc.

O nicho corresponde ao modo de vida ou ao papel ecológico que a espécie desempenha no ecossistema.

Por exemplo, o leão e a zebra vivem nas savanas africanas, mas o leão é carnívoro e a zebra é herbívora. Portanto, embora vivam no mesmo habitat, essas duas espécies têm nichos diferentes.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Texto 22- Níveis de organização dos seres vivos



A maioria dos organismos pluricelulares é formada por grupos especializados de células, os tecidos, que se agrupam em órgãos. Estes estão integrados em unidades mais simples, os sistemas, reunidos no organismo.
A ecologia preocupa-se com as relações que ocorrem em formas de organização que vão além do organismo: populações, comunidades e ecossitesmas.
As populações são formadas quando vários indivíduos da mesma espécie passam a viver em uma mesma área e mantêm relações entre si. É o caso da população humana de uma cidade ou da população de esquilos de uma floresta ou da população de sapos de uma lagoa.
Populações que habitam a mesma área mantêm entre si várias relações e formam um novo nível de organização, chamado de comunidade, biocenose, biota ou comunidade biótica.
A ecologia estuda também as relações entre os seres vivos e o meio físico (ar, luz, temperatura, umidade, tipo de solo, etc). Esses fatores físicos e químicos do ambiente que interagem com os seres vivos são chamados de ABIÓTICOS, em oposição aos ´bióticos, formados pelos seres vivos.
A reunião e a interação da comunidade com o ambiente físico forma um SISTEMA ECOLÓGIA ou ECOSSISTEMA.

Uma flor, com sua vegetação, seus animais, seu tipo de solo e seu clima característico, é um ecossistema, assim como um lago, um oceano, um tronco de árvore e um simples áquário.
O conjunto de florestas, campos, desertos e de outros grandes ecossistemas forma a BIOSFERA:

A Biosfera é então o conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de modo permanente. Ela estende-se de cerca de 8 Km acima da superfície da Terra (do topo de altas montanhas) até cerca de 8 Km abaixo da superfície dos oceanos.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Texto 21- O campo de estudo da ecologia


A ecologia é a ciência que estuda como os seres vivos se relacionam entre si e com o ambiente em que vivem e quais as consequências dessas relações.



O estudo da Ecologia é de extrema importância, pois é através desta ciência que conhecemos o funcionamento do nosso planeta e mediante esse conhecimento, podemos desenvolver as formas adequadas e apropriadas para utilizar os recursos naturais disponíveis, de forma que mantenhamos uma relação de harmonia entre o homem e o meio ambiente.

A sustentabilidade do planeta é uma das grandes preocupações da Ecologia, pois as populações tendem a continuar crescendo e a disponibilidade de recursos naturais não cresce na mesma proporção, e isso pode gerar um grande caos em um futuro próximo, pois caso não consigamos preservar e explorar saudavelmente os recursos, estes não estarão disponíveis no mundo em um período muito próximo.


A Ecologia nos conscientiza que as nossas atitudes e ações podem ser nocivas ao meio ambiente e por isso precisamos evitar uma serie de questões como: a pesca excessiva e predatória de peixes, camarões, lagostas e outros crustáceos e peixes; a destruição do habitat natural; a mudança da biodiversidade; as alterações climáticas e outras ações predatórias.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Texto 20-5- Ciclo do nitrogênio


O ciclo do nitrogênio é um dos ciclos mais importantes nos ecossistemas terrestres. O nitrogênio é usado pelos seres vivos para a produção de moléculas complexas necessárias ao seu desenvolvimento tais como aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos.

O principal repositório de nitrogênio é a atmosfera (78% desta é composta por nitrogênio) onde se encontra sob a forma de gás (N2). Outros repositórios consistem em matéria orgânica, nos solos e oceanos.

Apesar de extremamente abundante na atmosfera o nitrogênio é frequentemente o nutriente limitante do crescimento das plantas. Isto acontece porque as plantas apenas conseguem usar o nitrogênio sob três formas sólidas: íon de amônio (NH4+), íon de nitrito (NO2-) e íon de nitrato (NO3-), cuja existência não é tão abundante.

A maioria das plantas obtém o nitrogênio necessário ao seu crescimento através do nitrato, uma vez que o íon de amônio lhes é tóxico em grandes concentrações. Os animais recebem o nitrogênio que necessitam através das plantas e de outra matéria orgânica, tal como outros animais (vivos ou mortos).

Processos do ciclo do nitrogênio
Fixação
A fixação é o processo através do qual o nitrogênio é capturado da atmosfera em estado gasoso (N2) e convertido em formas úteis para outros processos químicos, tais como amoníaco (NH3), nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-) através dos seguintes processos:

Fixação Biológica
Algumas bactérias têm a capacidade de capturar moléculas de nitrogênio (N2) e transformá-las em componentes úteis para os restantes seres vivos. Entre estas, existem bactérias que estabelecem uma relação de simbiose com algumas espécies de plantas (leguminosas) e bactérias que vivem livres no solo. A simbiose é estabelecida através do consumo de amoníaco por parte das plantas; amoníaco este que é produzido pelas bactérias que vivem nas raízes das mesmas plantas.

Fixação atmosférica
A fixação atmosférica ocorre através dos relâmpagos, cuja elevada energia separa as moléculas de nitrogênio e permite que os seus átomos se liguem com moléculas de oxigénio existentes no ar formando monóxido de nitrogênio (NO). Este é posteriormente dissolvido na água da chuva e depositado no solo.
A fixação atmosférica contribui com cerca de 3 a 4 % de todo o nitrogênio fixado.

Fixação industrial
Através de processos industriais é possível produzir amoníaco (NH3) a partir de azoto (N2) e hidrogénio (H2). O amoníaco é produzido principalmente para uso como fertilizante cuja aplicação sustenta cerca de 40% da população mundial.

Assimilação
Os nitratos formados pelo processo de nitrificação são absorvidos pelas plantas e transformados em compostos carbonados para produzir aminoácidos e outros compostos orgânicos de nitrogênio.
A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre em grande parte nas células jovens em crescimento das raízes.

Mineralização
Através da mineralização (ou decomposição), a matéria orgânica morta é transformada no íon de amônio (NH4+) por intermédio de bactérias aeróbicas, anaeróbicas e alguns fungos.

Nitrificação
A oxidação do amoníaco, conhecida como nitrificação, é um processo que produz nitratos a partir do amoníaco (NH3). Este processo é levado a cabo por bactérias (bactérias nitrificantes) em dois passos: numa primeira fase o amoníaco é convertido em nitritos (NO2-) e numa segunda fase (através de outro tipo de bactérias nitrificantes) os nitritos são convertidos em nitratos (NO3-) prontos a ser assimilados pelas plantas.

Desnitrificação
A desnitrificação é o processo pelo qual o azoto volta à atmosfera sob a forma de gás quase inerte (N2). Este processo ocorre através de algumas espécies de bactérias (tais como Pseudomonas e Clostridium) em ambiente anaeróbico. Estas bactérias utilizam nitratos alternativamente ao oxigênio como forma de respiração e libertam azoto em estado gasoso (N2).



Eutrofização
A eutrofização corresponde a alterações de um corpo de água como resultado de adição de azoto ou fósforo.
Os compostos de azoto existentes no solo são transportados através dos cursos de água, aumentando a concentração nos depósitos de água, podendo fazer com que estes sejam sobre-populados por certas espécies de algas podendo ser nocivo para o ecossistema envolvente.


Texto 20-4- Ciclo do Oxigênio


O Ciclo do oxigênio é constituído pelo movimento do oxigênio entre os seus três reservatórios principais: a atmosfera (os gases que rodeiam a superfície da Terra), a biosfera (os organismos vivos e o seu ambiente próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da Terra).

O principal fator na produção de oxigênio é a fotossíntese, que regula a relação gás carbônico/gás oxigênio na atmosfera.
O oxigênio é o elemento mais abundante em massa na crosta terrestre e nos oceanos e o segundo na atmosfera.

Na atmosfera, encontra-se como oxigênio diatômico/oxigênio molecular (O2), dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de nitrogênio (NO), dióxido de enxofre (SO2), etc.

Embora as plantas consumam parte deste oxigênio em sua própria respiração a quantidade produzida pela fotossíntese pode ser 30 vezes maior do que a consumida. Este foi um dos fatores que possibilitou o surgimento de todas as formas de vida que temos hoje no planeta e o principal repositor de oxigênio para a atmosfera.

Outra forma de produção do oxigênio é a fotólise: reação pela qual a radiação ultravioleta que entra na atmosfera decompõe a água atmosférica em óxido de azoto.



O principal meio de consumo do oxigênio no ciclo do carbono é por meio da respiração dos seres vivos. As plantas utilizarão o oxigênio para realizar a fotossíntese como já foi referido e os animais o utilizarão em seu metabolismo.

O oxigênio também tem um ciclo entre a biosfera e a litosfera. Os organismos marinhos na biosfera criam conchas de carbonato de cálcio (CaCO3) que é rico em oxigênio. Quando o organismo morre, a sua concha é depositada no chão do mar e enterrado ao longo do tempo para criar a rocha na litosfera. As plantas e animais extraem nutrientes minerais das rochas e libertam oxigênio durante o processo.


A presença do oxigênio na atmosfera originou a formação de ozônio e da camada de ozônio na estratosfera. A camada do ozônio extremamente importante para a vida moderna, visto que absorve a radiação ultravioleta nociva.

Texto 20-3- Ciclo do carbono


O Carbono (C) é o quarto elemento mais abundante no Universo, depois do Hidrogênio (H), Hélio (He) e o Oxigênio (O), e é o pilar da vida como a conhecemos.
Existem basicamente duas formas de carbono, uma orgânica, presente nos organismos vivos e mortos, não decompostos, e outra inorgânica, presente nas rochas.

No planeta Terra o carbono circula através dos oceanos, da atmosfera, da terra e do seu interior, num grande ciclo biogeoquímico.
Este ciclo pode ser dividido em dois tipos: o ciclo "lento" ou geológico, e o ciclo "rápido" ou biológico.

Ciclo geológico:
Este ciclo, que opera a uma escala de milhões de anos é integrado a própria estrutura do planeta e iniciou-se há cerca de 4,55 bilhões de anos, quando na formação do Sistema Solar e da Terra, tendo origem nos planetesimais (pequenos corpos que se formaram a partir da nebulosa solar) e nos meteoritos portadores de carbono que colidiram com a Terra. Nesse sentido, mais de 99% do carbono terrestre está contido na litosfera, sendo a maioria carbono inorgânico, armazenado em rochas sedimentares como as rochas calcárias. O carbono orgânico contido na litosfera está armazenado em depósitos de combustíveis fósseis.

Numa escala geológica, existe um ciclo entre a crosta terrestre (litosfera), os oceanos (hidrosfera) e a atmosfera. O Dióxido de Carbono (CO2) da atmosfera, combinado com a água, forma o ácido carbônico, o qual reage lentamente com o cálcio e com o magnésio da crosta terrestre, formando carbonatos. Através dos processos de erosão (chuva), estes carbonatos são arrastados para os oceanos, onde se acumulam no seu leito em camadas, ou são assimilados por organismos marinhos que eventualmente, depois de morrerem, também se depositam no fundo do mar. Estes sedimentos vão-se acumulando ao longo de milhares de anos, formando rochas sedimentares como as rochas calcárias.

O ciclo continua quando as rochas sedimentares do leito marinho são arrastadas para o manto da Terra, por um processo de subducção (processo pelo qual uma placa tectónica descende por baixo de outra). Desta forma, as rochas sedimentares são sujeitas a grandes pressões e temperaturas debaixo da superfície da Terra, derretendo e reagindo com outros minerais, libertando CO2. O manto terrestre participa deste ciclo. O CO2 é devolvido a atmosfera através das erupções vulcânicas e outros tipos de atividades vulcânicas, completando-se assim o ciclo.

Ciclo biológico:
O ciclo biológico do Carbono é relativamente rápido: estima-se que a renovação do carbono atmosférico ocorre a cada 20 anos.

Na ausência da influência antropogênica (causada pelo homem), no ciclo biológico existem três reservatórios ou "stocks": terrestre , atmosfera , oceanos. Este ciclo desempenha um papel importante nos fluxos de carbono entre os diversos stocks, através dos processos da fotossíntese e da respiração.
Através do processo da fotossíntese, as plantas absorvem a energia solar e CO2 da atmosfera, produzindo oxigênio e hidratos de carbono (açúcares como a glicose), que servem de base para o crescimento das plantas. Os animais e as plantas utilizam os hidratos de carbono pelo processo de respiração, utilizando a energia contida nos hidratos de carbono e emitindo CO2. Juntamente com a decomposição orgânica (forma de respiração das bactérias e fungos), a respiração devolve o carbono, biologicamente fixado nos stocks terrestres (nos tecidos da biota, na camada de solo e na turfa, para a atmosfera.

Obs.: Biota é a vida animal e vegetal de uma determinada região, habitat, ou período geológico. A turfa é um material de origem vegetal, parcialmente decomposto, encontrado em camadas, geralmente em regiões pantanosas e também sob montanhas (turfa de altitude).



Texto- 20-2- Ciclo da água

A água é a única substância que existe, em circunstâncias normais, em todos os três estados da matéria (sólido, líquido e gasoso) na natureza. A coexistência destes três estados implica que existam transferências contínuas de água de um estado para outro; esta sequência fechada de fenômenos pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera é designado por ciclo hidrológico.




A água da evapotranspiração (nome cientifico dado ao vapor de água obtido da transpiração e da evaporação) atinge um certo nível da atmosfera em que ele se condensa, formando gotículas que permanecem em suspensão na atmosfera (nuvens). Estas gotículas, sob certas condições, agregam-se formando gotas maiores que precipitam-se, ou seja, chove. A chuva pode seguir dois caminhos, ela pode infiltrar-se e formar um aquífero ou um lençol freático ou pode simplesmente escoar superficialmente até chegar a um rio, lago ou oceano, onde o ciclo continua.


Assista o vídeo sobre o Ciclo da água:


Texto 20-1- Ciclos Biogeoquímicos


O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por um elemento químico essencial à vida. O termo é derivado do fato de que há um movimento cíclico de elementos que formam os organismos vivos (“bio”) e o ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas. Ao longo do ciclo, cada elemento é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (ar, água, solo) da biosfera, e às vezes pode se acumular durante um longo período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos químicos são transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta. Exemplos: ciclo da água, do nitrogênio, do oxigênio, do fósforo, do cálcio, do carbono e do enxofre.