segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Texto 12- Principais causas da degradação da água


As sociedades humanas utilizam a água para os mais diversos fins, como o abastecimento de cidades, indústrias, a irrigação agrícola, a geração de energia elétrica, as atividades de mineração, a navegação, etc.

Nessas atividades, o ser humano utiliza principalmente água doce. No entanto, a maior parte da água do planeta, cerca de 97,5%, é salgada e está nos mares e oceanos. E, dos cerca de 2,5% que correspondem à água doce, quase 70% estão na forma de neve e gelo. Além disso, apesar de a quantidade de água no planeta ser fixa, cerca de 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos, o volume disponível para o consumo humano varia de região para região, e também ao longo do tempo em razão de mudanças climáticas. A água apropriada para consumo humano é, portanto, limitada. Diante disso, dois aspectos tornam-se relevantes. O primeiro é o crescimento acelerado do consumo de água. Entre 1950 e 2000 ele triplicou. Calcula-se que a agricultura seja a atividade que utiliza maior quantidade –cerca de 70% de toda a água consumida em atividades humanas no mundo.

A indústria utiliza cerca de 2%, e o consumo doméstico responde por cerca de 10% do total da água consumida pelas populações humanas. Organizações internacionais avaliam que a humanidade enfrentará problemas graves de disponibilidade de água caso esse crescimento se mantenha nos próximos 25 anos.

O segundo aspecto diz respeito à degradação da qualidade da água provocada pelas atividades humanas. Os mares, os cursos de água(rios, lagos e represas), bem como as águas subterrâneas são afetados, direta ou indiretamente, pela deposição de esgoto e lixo (doméstico e industrias), pelo escoamento de substâncias tóxicas provenientes da agricultura (inseticidas e herbicidas) e da mineração (mercúrio), pela deposição de solo removido em atividades como a agricultura ou a terraplenagem. 


Principais causas da degradação da água


Poluentes biodegradáveis.




O esgoto doméstico e de algumas indústrias é rico em matéria orgânica. Quando lançados em rios, lagos ou mesmo nos mares, a matéria orgânica que carregam é decomposta por microrganismos. Esse processo consome oxigênio, reduzindo os níveis desse gás dissolvido na água. Essa redução pode provocar a mortandade de peixes e outros animais aquáticos.

Eutrofização



O aumento da concentração de certos nutrientes em ambientes aquáticos é chamado de EUTROFIZAÇÃO. Esse processo pode ocorrer naturalmente, mas também pode ser provocado pelo acúmulo de esgotos e fertilizantes agrícolas na água.

A eutrofização resulta ou da lixiviação de fertilizantes utilizados na agricultura ou da adição excessiva, na água, de lixo e de esgotos domésticos e de resíduos industriais diversos.
Quando são lançados esgotos domésticos na água ou quando detergentes, fertilizantes ou adubos chegam a ela, o excesso de minerais provoca a proliferação das algas microscópicas que vivem próximas à superfície. Com isso, forma-se uma camada de algas de alguns centímetros de espessura, que impede a penetração de luz na água e a realização de fotossíntese nas camadas mais profundas. As algas abaixo da superfície morrem e a sua grande quantidade favorece o aumento das bactérias decompositoras, que passam a consumir muito oxigênio para realizar a decomposição; começa a faltar oxigênio na água, e os peixes e outros organismos aeróbios morrem (o oxigênio produzido pelas algas da superfície escapa quase todo para o ar, em vez de dissolver-se na água). Com a falta de oxigênio, a decomposição da matéria orgânica, antes aeróbica, passa a ser anaeróbica, o que leva à produção de gases tóxicos, como o gás sulfídrico, que intoxicam e destroem a flora e a fauna aquáticas.
Quando é lançada uma quantidade excessiva de substâncias orgânicas na água, aumentam os microrganismos decompositores, o que leva a um consumo maior de oxigênio e à morte de seres aeróbicos. Ocorre também proliferação de bactérias anaeróbias, que liberam gases tóxicos na água.
Sendo assim, a sequência de eventos que ocorrem neste processo são:
1-Excesso de matéria orgânica.
2-   aumento no número de bactérias aeróbicas.
3-  diminuição de oxigênio.
4-  morte dos seres aeróbicos 
5-   decomposição anaeróbica 
6-  produção de gases tóxicos.

7-  Intoxicação e morte da fauna e da flora aquáticas.

Poluição por substâncias não biodegradáveis



Substâncias como metais pesados, alguns detergentes, pesticidas e derivados do petróleo não são biodegradáveis, isto é, são decompostos muito lentamente ou não são decompostos por processos biológicos. Eles permanecem no ecossistema por longos períodos de tempo, causando danos muitas vezes irreversíveis.

Do ponto de vista ambiental, um dos problemas mais graves relacionados à presença desses poluentes é a BIOACUMULAÇÃO, processo que afeta os diversos níveis tróficos da cadeia alimentar.

Os metais pesados, como o cádmio, mercúrio e arsênio, estão presente, por exemplo, em componentes eletroeletrônicos e produtos agrícolas, e participam de vários processos industriais na produção de plásticos, tintas e solventes. Estes metais são potencialmente nocivos para plantas, animais e microrganismos.

Organoclorados


São substâncias utilizadas na agricultura como inseticidas e herbicidas, essas substâncias assim como o mercúrio, acumulam-se ao longo da cadeia alimentar e estão concentradas nos níveis tróficos superiores.
Entre os organoclorados, o DDT é o mais conhecido. Atualmente é proibido em vários países, incluindo o Brasil.


Derramamento de Petróleo


O petróleo e uma das principais fontes poluidoras da água do mar. Extraído das profundezas da crosta terrestre, o petróleo tem importância vital para as sociedades modernas, não apenas como fonte de combustíveis, mas também de outras importantes matérias-primas utilizadas para os mais diversos fins, com fabricação de plásticos, solventes, tintas, óleos lubrificantes, etc. A extração e o transporte de petróleo acarretam problemas ambientais quando ocorrem derramamentos acidentais de navios superpetroleiros, oleodutos, plataformas e refinarias.

As extensas manchas de óleo provocadas por esses acidentes bloqueiam a passagem da luz e, consequentemente, impedem a realização da fotossíntese pelo fitoplâncton, além de dificultar a troca gasosa entre o meio aquático e a atmosfera.